sábado, 29 de setembro de 2007

#120 - Deco Boareto

Meus queridos, o Deco é o cara. Ele mora no endereço da moda de São Paulo, tem o trabalho dos sonhos de qualquer nerd, transita com desenvoltura por qualquer círculo sexual, digo, social e cultiva esse bigodão aí, de fazer inveja aos maiores psicopatas norte-americanos.

Deco é ainda um exemplo do Brazilian Way of Life. A própria definição do Homem-Cordial, vive sua vida do seu próprio jeitinho, não tem inimigos, like a bridge over troubled waters, está sempre pronto para ajudar os amigos.

Além de tudo isso, Deco ainda está envolvido em uma dos melhores projetos egotripicos que já se teve notícia. Ele se dedica a contar a sua própria vida através de uma história em quadrinhos tatuada nas costas. O nome do tatuador é mantido em absoluto sigilo e será revelado apenas quando o serviço estiver terminado.

Ah, e vocês se perguntam, e daí? Quem é Deco? Apontem seus emails para tequilenos-subscribe@yahoogroups.com e descubram por si mesmos.

quarta-feira, 26 de setembro de 2007

#119 - No início, havia o bigode

As imagens são raras. Os registros fotográficos, perdidos. Mas no início da caminhada rumo ao poder do filho pródigo de Caetés, havia lá o impávido e resistente bigode.

Numa época em que as palavras valiam mais que cuecas, que o punho se fechava e erguia-se diante do opressor, que os braços se cruzavam coletivamente, que o Coringão penava mas não freqüentava as páginas policiais, Luis Inácio, torneiro mecânico, líder sindical, homem do diálogo, honrava a brava gente brasileira com seu bigode rebelde!
Porém o tempo é implacável e logo atrás, ao olharmos a história, podemos perceber que para Lula, assim como o bigode jamais seria o bastante, o reconhecimento de seus companheiros de luta também não. Lula quer o mundo, o infinito, o inolvidável. E logo de seu bigode cultivou hirsuta barba.

#118 - Ford Model "T"

Hoje em dia você certamente acha muito normal sair da sua cama e tomar banho, usar sabonete para a tarefa diária e, se o dito cujo estiver no fim, basta procurar na despensa por outro igual, tirar da embalagem e seguir em frente. Deve haver uma penca de sabonetes na despensa, um igual ao outro, não é mesmo?

Houve uma época em que tal coisa era utopia. A época em que Henry Ford teve a idéia de produzir um veículo motorizado de fácil mecânica, barato custo e alta durabilidade. O ano era 1908 e entrou a cena o Ford Modelo "T", Ford Bigode para os mais chegados!

O Ford Bigode esteve em produção até o ano de 1927, 19 longos anos e foi responsável por uma verdadeira revolução na indústria. Através do Bigode, a Ford popularizou o automóvel e estabeleu o modelo fordista de produção - a linha de montagem como a conhecemos hoje em dia!

Ford, o Henry, apesar de imberbe (tolinho!) se inspirou na produção das fábricas Colt e Singer para estabelecer os parâmetros da produção em série e passou a montar seu Bigode em uma esteira, onde diferentes operários se responsabilizavam por diversas partes do Bigode, possibilitando a produção em massa! Era o advento da produção capitalista por excelência!

Ford Bigode saradão e pegando um bronze.

terça-feira, 25 de setembro de 2007

#117 - Pedro Paulo Soares Pereira

"No último natal papai Noel escondeu um brinquedo
Prateado, brilhava no meio do mato
Um menininho de 10 anos achou o presente,
Era de ferro com 12 balas no pente
"
(Fim de Semana no Parque)

Pedro Paulo é apenas um ilustre torcedor dos Santos, morador do Capão e integrante dos Racionais MCs. Pedro Paulo é apenas Mano Brown.

Como Pedro Paulo, ele só quer viver em paz na sua quebrada, na alvorada de seu bigode, em hamonia com os mano (pou) e as mina (pá).

Como Mano Brown, ícone do rap brasileiro, voz da periferia paulista, sujeito-homem do conceito na ZL, o bigode de Brown não dá mole pra pleiboizada e manda o verbo na lata, sem dar mole pra sobrenomes e cifras, sem jabá ou caô.

"Dois ladrões considerados passaram a discutir.
Mas não imaginavam o que estaria por vir.
Traficantes, homicidas, estelionatários.
Uma maioria de moleque primário.
Era a brecha que o sistema queria.
Avise o IML, chegou o grande dia.
Depende do sim ou não de um só homem.
Que prefere ser neutro pelo telefone.
Ratatatá, caviar e champanhe.
Fleury foi almoçar, que se foda a minha mãe!
Cachorros assassinos, gás lacrimogêneo...
quem mata mais ladrão ganha medalha de prêmio!
"
(Diário de um Detento)

segunda-feira, 24 de setembro de 2007

116 - Num domingo qualquer

Um bigode é sempre a base moral de qualquer grande homem. Mas mesmo os mais frondosos bigodes precisam de uma espécie de sabedoria que vem apenas com o tempo. O que dizer então do estiloso buço usado por Jamie Foxx no filme "Um Domingo Qualquer", de Oliver Stone.

Foxx - digno representante de uma tradição de atores negões bigodudos que tem em Eddie Murphy seu maior expoente - interpreta no filme o jogador de futebol americano Willie Beamen. Terceiro reserva em seu time, o Miami Sharks, ele um dia é escalado quando dois jogadores se lesionam em seguida. Daí pra frente o garoto se afoga num turbilhão de fama, dinheiro, mulheres e drogas. Coisa demais para seu modesto bigodinho.

Aliás, quando se vê a quantidade de pílulas, injeções, pózinhos mágicos e quetais que os atletas de futebol americano tomam a gente conclui: o Dodô tá no esporte errado.

De qualquer forma, depois de tomar muita porrada da vida e dos adversários, Beamen compreende que "On any given Sunday you're gonna win or you're gonna lose. The point is - can you win or lose like a man?". Um recado que cairia bem para 99% dos camisas 10 dos times brasileiros.

Uma pena, uma pena que Tony D'amato não use bigode.

sexta-feira, 21 de setembro de 2007

#115 - Weird Al Yankovic

Vocês já ouviram falar no Richard Cheese? Lembram do Dread Zeppelin? Do Mamonas Assassinas, claro que sim, né? Pois nos anos 90, lá na América, o mais famoso desses engraçadinhos que faziam versões de músicas famosas era o Al Weird Yankovic.

A enorme maioria das músicas era chata e sem graça. Mas em uma ele acertou. Contando, claro, com o auxílio luxuoso de um belo bigodinho ruivo.

quarta-feira, 19 de setembro de 2007

#114 - A falta que faz um bigode!



A cena chocou o domingo de futebol em Minas Gerais. Galo e Raposa faziam o melhor jogo da rodada (os azuis abriram 2x0, devidamente empatados em 2x2 ainda no primeiro tempo, justamente virados para 2x3 a favor dos alvi-negros galináceos na segunda etapa e revidados bravamente pelos cruzeirenses em 3x3 e finalmente 4x3!!) quando, lá pelos 30 e tantos do segundo tempo, o jovem Kerlon (sic) da equipe azul, num toque de quem entende de bola, levantou a pelota em seu cocoruto e com ela dominada ali arrancou, rumo à área, ao infinito, ao gol que Pelé não fez, mas, antes de toda a glória, estava lá o grotesco cotovelaço do lateral Coelho, do arqui-rival atleticano.



Kerlon desaba nocauteado e talvez nem tenha entendido direito os impropérios gritados a seu pé de ouvido por um beque do Atlético ou quiçá teve como se aperceber da expulsão de Coelho e do quiprocó que se armou no clássico.

Este blog não vai cair no vazio de discutir se o esporte em questão é futebol ou telecatch. Kerlon está cheio de razão em dominar a bola como nem Dadá ousou diante do rival para alegria e ufanação de sua massa no Mineirão. O que grita a nossos olhos é a inocência do menino Kerlon de ter tanto talento, tanta coragem e nenhum bigode na face para lhe resguardar a integridade física diante de eventuais beques grosseirões e certamente imberbes.

Fica aqui o apoio do IdB a Kerlon Foquinha e a recomendação: Kerlon, adote rapidamente seu próprio mustache! Mire-se no grande exemplo de Rivellino, esse gênio da raça.

Quanto aos zagueiros do Atlético, NUNCA SERÃO!

terça-feira, 18 de setembro de 2007

#1=>13<= - Tem o 13, entenderam?! hahahaha

Desde que começamos a escrever esse blog sabíamos que em breve sua influência chegaria às elites intelectuais do país. Senão, vejamos a coluna de Arnaldo Jabor desta terça-feira, sobre a votação da cassação de Renan Calheiros no Senado:

Salvamos o Renan! Êba!Salvamos o Renan! Ôba!

"...é óbvia a derrocada depressiva de Aloísio Mercadante. Ele era esguio bonito, filho de militar, com costas quentes, economista "orgânico" às ordens do partido, mas tinha um lugar límpido. No entanto, por mistérios do inconsciente, caiu para gestos obscuros, como o caso do dossiê na campanha contra Serra, chegando agora à tarefa humilhante de carregar os abstinentes, por ordens de Lula. É fácil entender a mente do pretenso "revolucionário" no poder. Em nome de uma causa, como fez Delúbio ou Sílvio Pereira, se incriminam pelo prestígio dos chefes. Mercadante tem um bigode de Stalin ou Zapata, bigode "de esquerda" que evoca macheza e retidão, sem esquecer, claro, os bigodinhos com o desenho matreiro, que sugerem esperteza, rapinagem, de gente como Jucá e tantos outros bigodes nordestinos. No caso do Mercadante, explicou por que se absteve, seu bigode empalideceu e murchou de depressão."

segunda-feira, 17 de setembro de 2007

112 - Metal up your ass



Alguns diziam que eram as bebidas, as drogas, os cabelos longos... mas está na cara o que fazia o Metallica uma grande banda nos anos 90. Tá na cara dos dois guitarristas.

Vejam abaixo uma versão definitiva de "Enter Sandman", música gravada no último disco da banda.



Tirem as crianças da sala antes de rolar a página para baixo!
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...e agora me digam, a banda chegaria a algum lugar dessa forma!?

sábado, 15 de setembro de 2007

#111 - Confissões de um Bigode

Clei, meia-esquerda do Botafogo campeão da Conmebol, se notabilizou por ser escolhido por Pelé como um futuro sucessor. Foi encontrado morto numa vala na periferia do Rio de Janeiro, assassinado

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Ah, Clei... que grandes momentos. Este herói, nascido em Inhaúma, guiava seu fusquinha todas as manhãs até a barbearia do seu Nonato, onde eu era acariciado e aparado sob o pôster do Fogão bi-campeão 89-90. Contemplávamos juntos o pôster, Clei e eu. Eu admirava o mítico bigode de Paulinho Criciúma, ele, a sete de Mazolinha. Anos depois, lá estávamos os dois, acertando o penalty que daria ao Botafogo o título da Copa Conmebol, uma versão mais romântica e machona dessa Sul-Americana que aí está.

Ah, os louros, os louros... lembro até hoje as noites de farra nos mais recônditos cantos de Inhaúma, onde eu mergulhava nas partes das Inhaumenses fazendo contato com pêlos pubianos femininos, enquanto meu dono gritava: "Por Willian bacana não passa nada, não passa não…."

Lembro daquele extinto jornal - Jornal do Brasil, não era? – em que o Rei Pelé, atleta do século e intérprete de "Meu Pintinho Amarelinho", defronte à câmera ligada do Video Show, apontou o meu dono como seu futuro sucessor. Ah, a Europa era o caminho certo. Imaginava já a trinca Roger Milla, Gulit (não o Márcio Caruaru, o Gulit do Sertão, mas o Gulit original) e Mazinho no Barcelona, enquanto Tom Seleck e
Jackson Antunes disputavam o papel de Clei para uma película Holywoodiana.

Mas como um cinquentão convocado ao proctologista, sabia que o que estava por vir é que seria o problema. O insucesso na temporada seguinte e inúmeras lesões nos levaram ao banco, depois para o Bonsucesso, depois para o Flamengo e uma vez no Flamengo, era um micro-passo para o mundo das drogas.

Clei passou a cheirar o que viesse pela frente, de WikiVaporupe a leite de magnésio, e enquanto seu corpo ruía, eu, seu bigode, ganhava notoriedade no mundo do narcotráfico por me manter nutrido e vigoroso apesar da minha exploração predatória. Uma Vergonha Nacional.

Quando Clei - óh, Clei!!!! - finalmente acumulou dívidas equivalentes ao que o Enrique Iglesias gasta em camisinhas tamanho anão-pouco-dotado, tudo que pôde fazer foi me oferecer a um barão qualquer do tráfico em pagamento. E hoje aqui estou, no médico que aumentou o pênis de Pablo Escobar para um comprimento superior à perna esquerda do Dhalsin.

Esta noite, nas minhas orações, Clei estará em meu pensamento.

Texto enviado pelo leitor, botafoguense e fã número 1 de Julio Iglesias, Álvaro Campos, o Jumpshot.



Em pé: Nélson Patola, Cláudio, Peri de Pelotas, falecido Clei, André Duarte e William Bacana

Agachados: Aléssio, Suélio, Eliel, Sinval e Marcelo Carioca

sexta-feira, 14 de setembro de 2007

#110 - We are the champions, my friend

Entre os dias 31 de agosto e 2 setembro, a Terra parou em Brighton. Por quê? Porque tivemos a edição do inolvidável CAMPEONATO MUNDIAL DE BIGODES E BARBAS, o popular World Beard and Moustache Championships! O evento reuniu entusiastas da causa maior do homem viril capitaneados pelo "The Handlebar Club", sediado num pub lodrino chamado Windsor Castle.

O Handlebar Club aceita associados de todo o mundo desde que estes cultivem uma bela bigoda mui hirsuta sobre os lábios que se extenda orgulhosamente pelas pontas. Barbas não serão aceitas como membros! Felizmente, pode-se filiar como parceiro do Handlebar caso você não possua o bigode necessário para ser um dos eleitos.

Membros do Handlebar Club comemorando 50 anos de muita sagacidade.


O Ídolos de Bigode publica abaixo uma amostra dos vencedores de 2007! Caso você queira ver mais grandes homens, clique aqui.

Paul Lewis (Ing), campeão na categoria Bigode Natural.

George Lutz (Ale), campeão na categoria Bigode Inglês.

Karl-Heinz Hille (Ale), campeão na categoria Semi-Barba Imperial.

Max Pankor (Ale), campeão na categoria Bigode Dali.

quarta-feira, 12 de setembro de 2007

#109 - Pastor Silas Malafaia


O Missionário RR Soares, da Igreja Internacional da Graça de Deus, ocupa, pregando, mais de 100 horas semanais da programação da televisão brasileira. Ainda assim, aposto, se você não é um aficcionado em tele-evangelistas, não se lembrará das feições plácidas desse homem de Deus.

Era exatamente nisso que o pastor e bacharel em psicologia Silas Malafaia, da rival Assembléia de Deus, estava pensando quando começou a deixar seu divino bigodão crescer. Na disputa audiovisual pelas almas dos espectadores travada por dezenas de caciques protestantes, Malafaia larga na frente porque tem pelo na cara.

Há mais de 25 anos, ele apresenta, impávido e performático, um programa que já se chamou IMPACTO (em maiúsculas mesmo), Renascer e hoje tem o nome de Vitória em Cristo. O show mexe com os brios do crente, a quem Malafaia seduz com sua sólida teologia da prosperidade e as passagens mais sinistras do Velho Testamento.

Com um bigode desses, qualquer fiel de bem abre a carteira. E, se não abrir, tem mais é que dormir abraçadinho com o Maligno mesmo.
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Testemunhe uma performance clássica do enfurecido Silas:

terça-feira, 11 de setembro de 2007

#108 - I'm down here for your souls!


Último grande poeta do pop, o australiano Nick Cave já tinha um bando de rock consagrado, os Bad Seeds, mas precisava de um motivo para usar um bigode. Era o passo restante rumo à consagração.

Não deu bobeira. Recrutou neste ano três companheiros dos Bad Seeds (o violinista/guitarrista Warren Ellis, o baixista Martin P. Casey e o baterista Jim Sclavunos) e se propôs a fazer um som cru, ruidoso, violento.

Sudorese pura, os Grinderman surgem dessa volta ao que se propunha a primeira banda de Cave, o Birthday Party. Orgânico demais para ser chamado de industrial, o grupo causou furor na crítica do Atlântico Norte e se aproveitou da parada dos Bad Seeds para fazer alguns shows pelo Reino Unido e Austrália.

Nick Cave explica que o novo quarteto surgiu da necessidade que tinha de compor músicas que não tinham a ver com a sonoridade refinada que os Bad Seeds alcançaram sob a palheta do arranjador e guitarrista Mick Harvey. Piano, cordas e coros presentes nos últimos discos teriam que sair de cena para músicas com títulos pungentes como... "No Pussy Blues" (Blues dos Sem-Buça).



Na paisagem do Grinderman, Warren Ellis e Jim Sclavunos acharam obrigatório deixar as barbas crescerem ao nível dos melhores patriarcas judeus. A mr. Cave, coube cultivar um bigode elíptico, farto, digno de xerife do Novo México (ou do próprio México).

Sem esse bigode, os Grinderman até poderiam continuar sujos e barulhentos. Mas será que meteriam o medo que impuseram aos mela-cuecas do Travis, flagrados no minuto 2'15 desta apresentação de "No Pussy Blues" no programa de Jools Holland? Duvido.

Texto escrito pelo leitor Márvio dos Anjos

#107 - Filho, não. Ele é O Dono do Mundo


– Café para dois, senhor?
Não, só para um.

– Ué, e a Márcia?, questiona o recém-novamente-velho-aliado Júlio (Daniel Dantas), sem entender a negativa do amigo-quando-convém que visitava pela manhã o camareiro do cinco estrelas

Malu - mulher de considerável juventude em 1991 - escorrega nas próprias lágrimas e, aos poucos, seu rosto cai da parede do banheiro até o chão. Mais humilhada que a Argentina em Copa América, antes mesmo que chegasse ao final o epitáfio do mestre.

– Ñhnaáá... Quando essa puta sair do banho, eu despacho ela e (segue-se algo como um foda-se).

Nem o caráter para-lá-de-duvidoso de Júlio imaginava tamanha escrotice de quem até pouco antes parecia se regenerar. Fato que inspirou até o colunista Agamenon Mendes Pedreira a filosofar sobre o ex-presidente e hoje companhêro senador das Alagoas que não acreditava na ‘felipebarretização’ de seu governo.

Ao contrário de Fernando Collor, porém, Felipe Barreto fingiu direitinho – bem mehor que o choro de dona Rosane – e ficou no lugar que era dele de direito. Não por vontade do povo nem de ninguém senão dele mesmo. Barretão era o comando e quem comandava era o Barretão, na modesta opinião deste que vos escreve a melhor criação de Gilberto Braga em todos os tempos, pondo até Odete Roitmann, com seu excesso de frescuras, para trás.

Felipe Barreto era tão escroto que até hoje a Globo não reprisou O Dono do Mundo. É uma pena. O ômi era um canalha com estilo, que curtia muito se divertir, principalmente se fosse às custas dos outros. É que um país de tolos gosta de ser enganado. Daí sua regeneração no meio da novela, tão verdadeira quanto um aleijado largando a muleta e andando em um culto da Igreja Quadrangular do Triângulo Redondo.

Seu bigode inspirou os takes de O Grande Ditador na abertura da novela, mas Felipe não tinha nenhuma semelhança com Hitler. Jamais fuderia com judeus, eslavos e nem com ciganos. Já com judias e ciganas... quem sabe uma tenista russa... Especialmente se fossem comprometidas.

Na foto ao lado, Felipe Barreto comemora aniversário, disfarçado de Antonio Fagundes

Sob uma análise psicoginecológica, o cirurgião plástico amalgamava cafasjestes anteriores (o cafetão Bibelô, de Os Sete Gatinhos) e posteriores (o bom vivant Atílio, de Por Amor) de Antonio Fagundes em um perfeito Pitanguy Tirador de Cabaços. Casado por interesse com a ricaça, que ainda dava um caldo legal, Stella (Glória Pires), ele não era bobo de se contentar com isso. Quanto mais, melhor, especialmente se ele fosse o primeiro.

Movido pelo instinto de repórter de revista de fofocas, ele descobre que a noiva (Malu Mader) de um empregado era cabaço e os convida para passar a lua-de-mel em seu chalé nos Alpes. Inventa um trabalho pro bundão fazer e, enquanto isso, inaugura a vadia. E isso era só o começo do canalha que causou protestos da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica – a Revolta dos Bisturis, inconformados em ser identificados com tamanho energúmeno.

Ao invés de dizer que tinha hímem complacente, Márcia – este era o nome dela –, não teve malandragem e confessou a traição ao corno, que acabou se matando. Depois, foi procurar o doutor para que assumisse o mal que fizera e prosseguir o “lance muito forte” que havia rolado entre eles, segundo as próprias palavras dela à mãe. Saiu de lá com a proposta de um cheque (“quanto você quer?”) para abortar em uma clínica clandestina, ofertada com impassível expressão de enfado sob aquele bigode de cafajeste.

Isto tudo antes de tentar matá-lo – e nem atirar direito conseguiu – e de acreditar em sua regeneração, apaixonando-se novamente por ele e tendo o final que toda vadia utópica merece.

Mesmo no período em que perdeu grana e se fingiu de bonzinho, continuava mandando ver. Separado de Stella, continuou ‘amigo’ da ex, dando a ela um consolo quando esta brigou com o novo namorado, Rodolfo, vivido por Kadu Moliterno, que, estéril, recebeu a notícia de que “seria pai” e comemorou a boa nova com um soco na cara da moça. Até este hábito, que os leitores de Caras julgavam recente, foi motivado, 16 anos atrás por Felipe Barreto.

Texto escrito (quase inteiro) por João Pequeno, ex-repórter do Povo.

segunda-feira, 10 de setembro de 2007

#106 - Muthafucka Ice Cream, two real in my hand

Sem dúvida o maior ídolo do underground carioca nos anos 90, my friend. Quem esteve na Rua Ceará, Lapa ou na Bunker, certamente já viu aquela figuraça vendendo seus sorvetes sabor chocoleite, cream, strawberry ou snow flakes. Além de oferecer o melhor ice-cream do Rio, que nas palavras do próprio "taste like pussy", o Motherfucker ainda dava conselhos para a juventude.

Bons amigos não esquecem a noite que ele discursou: "Jovens, não usem drogas. Quem usa drogas não toma sorvete!"

O cara é tão fantástico que, além de comunidade no Orkut, ganhou dois tributos no Garage, com o crème de la crème do underground carioca.

sexta-feira, 7 de setembro de 2007

#105 - Diga a Domitília que eu fico, ó pá!

Pedro de Alcântara Francisco António João Carlos Xavier de Paula Miguel Rafael Joaquim José Gonzaga Pascoal Cipriano Serafim de Bragança e Bourbon é o nome deste rapaz, mas ele deixava você tratá-lo por Dom Pedro I.

Dom Pedro I, proclamador da independência do Brasil, possui inúmeras razões para ser aclamado no IdB! Para começar, amigo leitor, amiga leitora, hoje, 7 de setembro, você só pôde sair da cama tarde após encher a cara ontem sem culpa graças a ele! Seu brado por independência ou morte às margens do Ipiranga nos garantiu esse feriadão, gente bronzeada.

Pedro, porém, antes de tudo, era um amante de seu bigode e das mulheres. O homem deixou 18 herdeiros sobre a terra, de quatro mulheres diferentes! Se Pedro II, seu filho mais famoso, fez tudo pelo Brasil, o I viveu para as mulheres e o prazer. Não à toa aparece em todas as fotos muito mais jovem que o próprio filho, um barbado acabadão.

O nosso primeiro Imperador foi figura ímpar no mundo lusófono. Considerado Libertador nos dois lados do Atlântico, livrou a nós, brasileiros, dos portugueses, e a eles, portugueses, do Absolutismo. Desapegado dessa chatice de poder, abdicou das duas coroas. Em Portugal deixou no trono a filha Maria da Glória. No Brasil, passou o bastão para Pedro II. Vale notar que Maria da Glória, rainha de Portugal e loirinha, nasceu ali ó, em São Cristóvão, bairro que abriga vocês sabem o que.

Detalhe de quadro a óleo sobre a Independência do Brasil, de François-René Moreaux, um pintor francês então residente no Rio, que hoje é conservado no Museu Imperial de Petrópolis/RJ. Foi executado em 1844, a pedido do Senado imperial.<br />Este quadro é anterior ao de Pedro Américo e pode ter lhe servido de inspiração.O artigo da wikipédia, claramente escrito por imperialistas portugueses, relaciona a posição de d Pedro I na independência do Brasil à 'superficialidade da sua instrução'. Os verdadeiros motivos do "Fico", no entanto, só foram entendidos séculos depois, pelo poeta Marcelo Maldonado Gomes Peixoto.

"O gringo subiu o morro e bebeu cachaça
fumou maconha e obteve a graça
depois do samba sua vida
nunca mais foi a mesma"

quinta-feira, 6 de setembro de 2007

#104 - The Kansas City Shuffle



Aposto que todos aqui já viram o Bruce Willis de tudo que é jeito. Com cabelo, sem cabelo, barbeado, de barba por fazer, vestido, nu, dando tiros, levando bordoada, etc.

Bruce é um excelente ator. O que o IdB traz pra vocês é o que o homem fez pra mostrar o quão malvado poderia ser um matador profissional.

Adivinhem.


De brinde vocês ganham a musiquinha que toca ao final de "Lucky Number Slevin", "Xeque-Mate" aqui no Brasil.

quarta-feira, 5 de setembro de 2007

#103 - Morgan Freeman

Quando resolveram fazer um filme onde Deus era a personagem a ser interpretada, produtores não tiveram a menor sombra de dúvidas - o papel era de Morgan Freeman.

E não havia realmente como não entregar o papel a ele, que possui toda autoridade que necessita em seu olhar meio morto, seu riso sacana, sua voz de tenor e um insofismável bigode.

O ator nascido em Memphis, Tennessee, começou a ganhar a vida como mecânico da aeronáutica, antes de despontar em papéis no teatro. Seu primeiro papel de grande projeção mundial mostrava o bigode de Morgan conduzindo Miss Daisy rumo a vários prêmios.

Daí por diante, foi difícil impedir que o homem se tornasse um dos mais carismáticos atores em ação no cinema norte-americano. Freeman fez inúmeros papéis memoráveis, desde um auxiliar muçulmano do predecessor do emocore Robin Hood de Kevin Costner a chapa de Brad Pitt em meio a crimes bizarros baseados nos sete pecados capitais, com direito a ser o presidente dos EUA num mundo às vésperas de ser atingido de leve por um meteoro gigante.

Morgan também emprestou a dignidade de seu bigode para que Clint Eastwood pudesse brilhar com seu filme campeão "Menina de Ouro" - melhor seria o filme ser batizado de "Bigode de Ouro", haja visto a quantidade de cenas que o seu ex-boxeador Scrap rouba no filme.

Mais recentemente, o grande Freeman emprestou seu talento para tornar ainda melhor o maroto thriller "Lucky Number Slevin", onde vive o papel de The Boss. Ele ainda tem parte no brilhante "Batman Begins", onde tem o papel de Lucious Fox, pilar moral e cívico das Empresas Wayne. Abaixo, trecho do filme (Cavaleiro das Trevas vem aí!) onde Lucious apresenta ao patrão Bruce a grande personagem da história, o simpático Tumbler.


Morgan obviamente não é apenas um homem preocupado com a imagem de seu bigode nas telas. Diante do entrevistador do renomado 60 minutes, Morgan não hesitou em mandar na lata que "I am going to stop calling you a white man and I'm going to ask you to stop calling me a black man". Ele é defensor do fim do racismo e prega que o melhor meio de combatê-lo é não falar sobre o tema.

sábado, 1 de setembro de 2007

# 69 - Ron Jeremy

Houve um tempo em que os atores de filmes pornôs não eram tidos como celebridades ou dignos de programas de auditório, capas de revistas semanais, festas de famílias. Neste tempo, havia o infalível bigode de Ron Jeremy que foi eleito pela AVN, uma espécie de Fifa dos filme de sacanagem, o maior nome do pornô de todos os tempos

Ron e seus 25cm atuaram em cerca de incontáveis 1.500 películas, com ou sem história! Famoso por seu porte físico inusitado - para um pornstar, não para um motorista de ônibus ou um pastor evangélico - Jeremy nunca precisou ser alto, magro ou bonitão: seu bigode estava lá pra garantir a ordem na putaria.


Sua fama é tal que ele foi eleito para o Hall of Fame da respeitabilíssima XRCO (X-Rated Critics Organization). Acha pouco, garanhão? Por acaso você já passou o cerol em tanta gente que acharam boa idéia produzirem um documentário sobre o seu mojo workin'?

Fizeram pra ele.

Confira abaixo a lenda num comercial para entretenimento familiar. Pode clicar sem medo, o bigode de Ron garante.